Fazer yoga preserva memória e auxilia envelhecimento.

12/02/2019

Matéria publicada na Revista Exame cita pesquisa onde se comprova os benefícios da prática.

A prática regular de yoga pode ajudar a preservar regiões cerebrais associadas a funções como atenção e memória de trabalho ao longo do processo natural de envelhecimento. É o que indica um novo estudo, feito no Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein.

Pesquisadores chegaram a essa conclusão após analisar, por meio de ressonância magnética, o cérebro de 42 idosas. Todas tinham condições de saúde, idade e escolaridade semelhantes, mas apenas metade das voluntárias era adepta da prática.

"Os exames mostraram que o córtex pré-frontal das mulheres que praticavam hatha-yoga há pelo menos oito anos era mais espesso quando comparado ao das não praticantes. Esse resultado sugere que o exercício tenha um papel de neuroproteção, retardando a degeneração cerebral que ocorre com a idade da mesma maneira que retarda a perda de massa muscular", disse Rui Afonso, primeiro autor do artigo com resultados do estudo publicado na revista Frontiers in Aging Neuroscience.

A investigação foi conduzida durante o doutorado de Afonso, com Bolsa da FAPESP e orientação de Elisa Harumi Kozasa. Também colaboraram cientistas da Universidade Federal do ABC e da Harvard Medical School, nos Estados Unidos.

Originário da Índia, o hatha-yoga é uma das técnicas de yoga mais disseminadas no ocidente. Envolve a prática de posturas físicas ou asanas (pronuncia-se ássanas) e também técnicas de respiração conhecidas como pranayamas, gestos (mudras) e contrações musculares voluntárias (bandhas).

Além de equilíbrio e força muscular, portanto, o exercício requer um esforço de atenção, concentração e até mesmo da chamada memória de trabalho - necessária para cumprir tarefas específicas, como a reprodução de algumas das centenas de asanas diferentes.

"Existem diversos estudos comprovando os benefícios do yoga, principalmente em relação ao alongamento e ao equilíbrio, mas também à memória e à atenção. Nossos dados vão ao encontro dessas evidências da literatura científica", disse Kozasa.